Os 50 anos da Democracia e o percurso das políticas e medidas de não institucionalização foram os temas propostos para o 8.º Fórum do Instituto Nacional de Reabilitação, iniciativa que se realizou (em formato online) no dia 5 de setembro.
Entre outros, a iniciativa contou com os contributos (enquanto oradores) de Abílio Cunha, Presidente da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) e de Ricardo Alves, residente da “Villa Urbana” de Valbom. A sessão de abertura deste fórum esteve a cargo de Fernando Paulo, Vereador do Pelouro da Educação e Pelouro da Coesão Social da Câmara Municipal do Porto.
Ricardo Alves, residente da “Villa Urbana” de Valbom, destacou durante a sua intervenção um pouco do que tem vindo a ser o seu percurso profissional. Recordando o percurso a nível de funções em estabelecimentos de ensino (e bibliotecas escolares), Ricardo Alves frisou que “esta experiência permitiu-me acompanhar a forma como os alunos com deficiência são integrados no processo educativo”, mostrando-se crítico em relação à “quase total falta de adaptação dos currículos escolares designados por alternativos” e a sua aplicabilidade a nível do eventual futuro mercado de trabalho. “Vi – e continuo a ver – casos em que esta suposta integração aparenta não servir para nada e não terá efeitos práticos”, lamentou.
Para o Presidente da Associação do Porto de Paralisia Cerebral a desinstitucionalização é um assunto que merece ser analisado caso a caso, ponderando as opções e as condições que se proporcionam a todos. “Mas, sublinho, neste momento acho que as opções (para uma válida desinstitucionalização) ainda são algo escassas”, disse Abílio Cunha. Por tal, referiu, “as instituições (e a sociedade), em geral deveriam colaborar, em parceria, no sentido de uma maior inclusão e cidadania”.